segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Protestos espontâneos no dia do professor


Ainda não foram muitos, mas para uma convocação tão em cima da hora mostra que há vontade de sair para a rua. É o princípio de um movimento que está a crescer. Aqui fica a notícia do DN (a foto também é deste jornal):

Profissionais queixam-se que burocracia rouba cada vez mais tempo

Cerca de 60 professores, avisados por 'sms' ou através de blogues na Internet, estiveram ontem à tarde no Marquês de Pombal, em Lisboa, num dos vários protestos espontâneos - sem intervenção dos sindicatos - que assinalaram o Dia Mundial destes profissionais. O novo modelo de avaliação, que está a ser aplicado de forma generalizada nas escolas, foi o tema preferencial dos protestos.

"Um professor avaliador, hoje em dia, pode ficar com tantos processos a seu cargo que, num ano, chegará a assistir a 36 blocos de aulas de 90 minutos dos colegas. Isto é o equivalente a um período de aulas de uma turma", contou ao DN Júlia, uma "titular" que preferia dedicar mais tempo a ser professora: "Esquecem-se que continuamos a ter as nossas turmas."

"E que turma escolhe um professor avaliado para a observação de aulas?", questionou "Zé Carlos", um dos muitos que, este ano, terá um colega a acompanhar pelo menos duas das suas aulas. "Eu já sei que vou escolher o 9.º A", admitiu. "São os únicos que se portam sempre bem, participam em todas as actividades. São a turma-maravilha da escola. Não me admira que colegas de outras disciplinas também os escolham."

"Hoje em dia, por causa da avaliação, trabalho mais, mas faço menos", lamentou ao DN IlídioTrindade, coordenador do blogue "Mobilização e Unidade dos Professores", um dos que "ajudaram" a divulgar a concentração que ninguém sabia exactamente quem tinha convocado. "Passo 90% do meu tempo em trabalho burocrático e 10% a fazer o meu trabalho, que é ensinar."

Tal como vários dos presentes, este professor assumiu-se como um "não alinhado" com as estruturas sindicais, que acusou de terem "comprometido as suas hipóteses" de luta contra a avaliação, ao assinarem, em Abril, um memorando de entendimento com a ministra da Educação que permitiu que o processo avançasse, embora condicionado.

Do Marquês, os professores, motivados mas pouco organizados, seguiram para o Chiado, onde "constava" que outro grupo se estava a concentrar.

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