quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Comunicado do Movimento PROmova


AOS EDUCADORES E PROFESSORES,
AOS MOVIMENTOS E SINDICATOS REPRESENTATIVOS DOS PROFESSORES,
À COMUNICAÇÃO SOCIAL,
ÀS ENTIDADES PÚBLICAS,
AO PAÍS

O Movimento PROmova, mais uma vez, interpretou, adequadamente, o sentimento dos educadores e dos professores portugueses, quando optou pela convergência com a FENPROF e os movimentos APEDE e MUP no apoio à gigantesca manifestação do dia 8 de Novembro, movido pelo lema “na unidade, ganhamos todos; na divisão, perdemos todos”. Aparte a fidelização da FENPROF aos compromissos de suspensão do modelo de avaliação, à rejeição da divisão arbitrária e injusta da carreira, à assunção do esvaziamento do Memorando de Entendimento, assim como à recusa do novo modelo de gestão, a grande vitória dos movimentos de professores consistiu em terem contribuído, decisivamente, para o recrudescimento da contestação e para conferir visibilidade pública à luta dos professores, forçando, de novo, as organizações sindicais a reagir face ao insuportável mal-estar vivenciado nas escolas.

E desta vez, a mobilização dos professores, traduzida na colossal manifestação do dia 8 de Novembro, imprimiu uma dinâmica irreversível e imparável ao processo de suspensão deste modelo de avaliação e à necessidade de pôr fim à divisão aleatória da carreira que o suporta e desacredita, transmitindo à opinião pública um sinal inequívoco da razão que assiste aos professores. Deste ponto de vista, um dos principais objectivos estratégicos do Movimento PROmova foi, amplamente, conseguido.

Todavia, o Movimento PROmova tem a percepção clara que as justas reivindicações dos professores devem continuar a ser incentivadas e apoiadas em todas as suas expressões e manifestações. Neste quadro, o PROmova considera de extrema importância a manifestação marcada para o dia 15 de Novembro, em Lisboa, nos termos em que a mesma foi organizada e tem vindo a ser divulgada pela APEDE e pelo MUP. Como tal, o PROmova encara esta e outras manifestações que venham a ocorrer como acrescentos e adições ao irrefreável movimento de contestação dos professores face à deplorável política educativa do governo, não sendo legítimo que alguém as possa interpretar no prisma de um qualquer divisionismo ou enfraquecimento da luta, uma vez que todas elas gozarão de especificidades motivacionais, regionais ou outras que lhes são próprias.

Reafirmamos a necessidade de os professores serem avaliados com base num modelo de avaliação simples, rigoroso, justo e funcional, não suportado numa divisão inaceitável da carreira e que não desvie, inutilmente, os professores da sua vocação fundamental que é ensinar os seus alunos e ajudá-los a aprender, de acordo com procedimentos que sejam pedagógica e cientificamente consistentes, devendo, tal modelo, focar-se apenas nas dimensões que são da responsabilidade exclusiva do docente e que têm relevância para o processo de ensino-aprendizagem, uma vez ponderadas as condições de cada escola/agrupamento.

Até que um modelo com as características atrás enunciadas venha a ser negociado com as escolas, os professores devem equacionar a suspensão da sua participação em todo e qualquer acto relacionado com esta avaliação do desempenho. Para tal, os professores devem promover a realização de Reuniões Gerais de Professores, em cada escola/agrupamento, de forma a que possam ser tomadas posições colectivas de suspensão da participação nesta avaliação do desempenho.

Ao mesmo tempo, desafiamos as estruturas sindicais a dinamizarem, aproveitando a sua logística, uma iniciativa que permita aos professores de todo o país registarem-se numa lista nacional e/ou numa aplicação online em que assumam o compromisso público da suspensão da participação em qualquer acto relacionado com esta avaliação do desempenho, do tipo “Compromisso pela Suspensão”.

Por fim, exortamos todos os professores a canalizarem o seu tempo e as suas energias para a preparação e a leccionação das suas aulas, investindo na formação científica e humana dos seus alunos. No decurso deste ano lectivo vamos dar as melhores aulas das nossas carreiras, mas vamos, em simultâneo, enfrentar, com coragem e determinação, as investidas arrogantes e autocráticas desta equipa ministerial.

PROmova
PROFESSORES – Movimento de Valorização

(12-11-2008)

(o sublinhado é nosso)

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