sexta-feira, 8 de maio de 2009

Na Secundária José Macedo Fragateiro, Ovar


(foto de José fragateiro)

O saudoso pedagogo, humanista e democrata, combatente das liberdades, politico honesto e tolerante, como foi, José Macedo Fragateiro, falecido em 1991, que já alguns anos viria a ser justamente homenageado como Patrono da Escola Secundária N.º1 em Ovar, em que foi professor e presidente do Conselho Directivo durante onze anos. Não merecia que o Dia do Patrono da Secundária José Macedo Fragateiro, assinalado no dia 7 de Maio, se transformasse num palco de protagonismo para personagens de governantes tão intolerantes para com as gerações actuais de professores, sujeitos às infâmias e arrogâncias dos responsáveis pela Educação neste país, que o viu nascer a 7 de Maio de 1918 em Portel, Alentejo.

Considerado “um idealista e um sonhador” Fragateiro, foi preso pelo regime salazarista e partilhou a cela em Caxias, com figuras, como, Mário Soares e Salgado Zenha. Em Ovar em que se viria a radicar, fundou a primeira célula do Partido Socialista local, e apesar de socialista, ainda que incompreendido até á sua morte, a dignidade do homem íntegro que marcou várias gerações de alunos, exigia que ao seu nome, como Patrono da Secundária, não ficasse associado à imagem de marca da governação Sócrates, como são as propagandeadas Novas Oportunidades, que a Ministra da Educação, veio entregar uns certificados aos alunos.

Felizmente que há quem não se cale e resista, como os professores que junto à escola, com peças de roupa preta, fizeram um simbólico cordão humano, bem como a leitura de um texto feita por uma docente desta Secundária, em que era lembrada a figura do pedagogo, José Macedo Fragateiro, que, não terão dúvidas, estaria ao lado dos seus colegas nos momentos difíceis que estão a viver no quadro actual, e se manifestaria certamente contra a politica de ataque à escola pública que vem sendo desferida, de que resulta o fantasma do medo.

Do “programa” fez ainda parte a actuação do Grupo Coral da própria Secundária José Macedo Fragateiro, Canto Décimo, formado essencialmente por professores, que começou por receber a Ministra com “Conta-me um conto…” de João Lóio, em que fala da “bruxa malvada”, terminando de forma empolgante, com a força musical de, a “Jornada” de Lopes Graça, que fez cantar em coro, “unidos como os dedos da mão…, havemos de chegar ao fim da estrada…”. Uma marcante jornada, que a Ministra não vai esquecer na sua passagem por Ovar, onde foi recebida com “letras” de indignação, em memória do Patrono, José Macedo Fragateiro.

José Lopes (Ovar)

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