quinta-feira, 7 de maio de 2009

A vocação inquisitória do Partido Socialista


O governo do PS usa descaradamente a manipulação das estatísticas e a propaganda como armas de arremesso. Fê-lo com os números do insucesso escolar e com os relatórios da OCDE que afinal não eram da OCDE. Depois, veio dizer que os alunos andavam a faltar menos graças ao novo Estatuto do Aluno. Cozinham-se os dados e distribuem-se os méritos pelos mesmos: o que corre bem é sempre graças ao governo, do que corre mal não se fala.

Mas eis que alguém tem a coragem de dizer que não é bem assim. Foi o que fez Rosário Gama: “os alunos não estão a faltar menos" porque "há maior tolerância dos professores em relação à marcação de faltas" para evitarem levar os alunos à prova de recuperação.

Tamanha ousadia! Declarações perigosíssimas! E uma equipa da Inspecção Geral da Educação vai à escola de Rosário Gama saber se os professores estão mesmo a facilitar na marcação de faltas. Reparem bem, é que o procedimento é bizarro. Se fulano tal disser que há por aí muitas lojas a serem assaltadas, será que a polícia o vai investigar para saber se ele anda a assaltar lojas no seu bairro?

Mas eis que a Inspecção Geral da Educação não encontra nenhuma irregularidade na Escola Infanta Dona Maria. Nenhuma. (Mas há forma de provar uma maior tolerância na marcação de faltas? Quer o governo pôr um polícia em cada sala de aula, atrás de cada professor e de cada aluno?). Palavra que isso deve ter enfurecido o PS e os seus muchachos. Então, agora que tinham uma oportunidade de ouro para descredibilizar uma das figuras mais críticas das políticas do governo na educação, logo agora, a IGE não encontra irregularidades?

Não pode ser! As coisas não podiam ficar assim. E por isso, mesmo sabendo que não existiam irregularidades, um grupo de deputados do PS decidiu massacrar Rosário Gama com perguntas intimidatórias. Com um único objectivo: “já que na tua escola os professores marcam as faltas que têm de marcar, por que motivo vieste dizer que em geral os professores não marcam as faltas que têm que marcar? Tu vê lá se desmentes o que andaste a dizer à comunicação social!”

Não foi só Rosário Gama o alvo, mas também Isabel Le Gué, e provavelmente muitos outros.

A vocação inquisitória do Partido Socialista tem vindo demasiadas vezes à tona. Ontem, também foi a vez dos deputados do PS impedirem a audição da ministra da Educação sobre interrogatórios feitos pela Inspecção-Geral da Educação a alunos da Escola Secundária de Fafe que se manifestaram contra Maria de Lurdes Rodrigues. Nestes interrogatórios, contam pais e alunos, os jovens terão sido apertados para denunciarem professores.

A estratégia do PS é simples e bruta: chateia quem se te opõe, protege quem te faz o serviço.

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