Como é que gostaria que fosse a escola portuguesa num horizonte de dez anos?
Era preciso uma escola que eliminasse os grandes problemas com que se debate agora: o abandono escolar, o insucesso escolar, a exclusão da escola. Nós não podemos ter qualquer aspiração a ser um país integrante da União Europeia, a ser um país tratado em plano de igualdade e não com comiseração mantendo os actuais níveis de abandono, de insucesso e de iliteracia. Temos que investir aqui tudo o que nós soubemos e tudo o que nós podemos. É muito importante eliminar a exclusão da escola; a escola é a primeira experiência de inclusão. É muito importante mater os alunos numa escola que seja diversificada, que seja multicultural, multi-étnica, multi-língue, que seja uma escola que permita a todos aprender com todos. É muito importante mantermos uma escola com estes valores inclusivos. No fundo, é a defesa da escola pública. Quando defendemos uma escola pública estamos a defender uma escola pública, que seja a escola da comunidade, que proporcione espaços criativos de aprendizagem. Que seja uma escola que consiga apaixonar os alunos pelo conhecimento. Ninguém consegue aprender se não estiver apaixonado, motivado para o que vai aprender. É importante que a escola consiga encontrar estratégias muito diferentes para motivar pessoas muito diferentes. Quando eu andava na escola, a motivação de ter um emprego para mim e para os meus colegas era suficiente para continuar a estudar. Hoje as motivações são outras e é preciso pensarmos como é que vamos motivar os jovens para estarem na escola e para se apaixonarem pelo conhecimento.
A escola, daqui a dez anos, deveria ter recursos humanos de reserva. Nenhuma estrutura funciona bem se funcionar no máximo do que consegue. Um motor que funcione sempre no máximo das rotações que é capaz, demora pouco tempo a ficar estragado. Era importante que a escola tivesse um suplemento para dar, que não estivesse sempre a funcionar no máximo. No fundo, seria uma escola que pudesse promover uma cidadania e uma tranquilidade e um amor ao conhecimento.E por fim, temos que nos lembrar que um ambiente hostil, desorganizado, agressivo é o caminho mais óbvio para tornar um aluno incapaz de aprender. A organização da escola pode tornar um um aluno capaz num caso de insucesso massivo, mas pode também fazer o contrário. Eu gostaria que daqui a dez anos, o ambiente e o clima da escola não decepcionassem a criança, que preenchessem os seus sonhos e que fossem o seu permanente companheiro na aventura de aprender.
Entrevista (2006) a David Rodrigues, Professor da Faculdade de Motricidade Humana, Departamento de Educação Especial e Reabilitação
Era preciso uma escola que eliminasse os grandes problemas com que se debate agora: o abandono escolar, o insucesso escolar, a exclusão da escola. Nós não podemos ter qualquer aspiração a ser um país integrante da União Europeia, a ser um país tratado em plano de igualdade e não com comiseração mantendo os actuais níveis de abandono, de insucesso e de iliteracia. Temos que investir aqui tudo o que nós soubemos e tudo o que nós podemos. É muito importante eliminar a exclusão da escola; a escola é a primeira experiência de inclusão. É muito importante mater os alunos numa escola que seja diversificada, que seja multicultural, multi-étnica, multi-língue, que seja uma escola que permita a todos aprender com todos. É muito importante mantermos uma escola com estes valores inclusivos. No fundo, é a defesa da escola pública. Quando defendemos uma escola pública estamos a defender uma escola pública, que seja a escola da comunidade, que proporcione espaços criativos de aprendizagem. Que seja uma escola que consiga apaixonar os alunos pelo conhecimento. Ninguém consegue aprender se não estiver apaixonado, motivado para o que vai aprender. É importante que a escola consiga encontrar estratégias muito diferentes para motivar pessoas muito diferentes. Quando eu andava na escola, a motivação de ter um emprego para mim e para os meus colegas era suficiente para continuar a estudar. Hoje as motivações são outras e é preciso pensarmos como é que vamos motivar os jovens para estarem na escola e para se apaixonarem pelo conhecimento.
A escola, daqui a dez anos, deveria ter recursos humanos de reserva. Nenhuma estrutura funciona bem se funcionar no máximo do que consegue. Um motor que funcione sempre no máximo das rotações que é capaz, demora pouco tempo a ficar estragado. Era importante que a escola tivesse um suplemento para dar, que não estivesse sempre a funcionar no máximo. No fundo, seria uma escola que pudesse promover uma cidadania e uma tranquilidade e um amor ao conhecimento.E por fim, temos que nos lembrar que um ambiente hostil, desorganizado, agressivo é o caminho mais óbvio para tornar um aluno incapaz de aprender. A organização da escola pode tornar um um aluno capaz num caso de insucesso massivo, mas pode também fazer o contrário. Eu gostaria que daqui a dez anos, o ambiente e o clima da escola não decepcionassem a criança, que preenchessem os seus sonhos e que fossem o seu permanente companheiro na aventura de aprender.
Entrevista (2006) a David Rodrigues, Professor da Faculdade de Motricidade Humana, Departamento de Educação Especial e Reabilitação
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