quarta-feira, 16 de abril de 2008

Sindicatos mantêm segundas-feiras de protesto


“Quase noventa por cento dos cerca de 50 mil professores que foram consultados terça-feira pelos sindicatos apoiaram o entendimento alcançado com o Ministério da Educação (ME) no âmbito da avaliação de desempenho, revelou hoje a plataforma sindical de docentes (...) É extremamente importante que estes protestos [dia 21 no Centro,28 na Grande Lisboa e 5 de Maio no Sul e Ilhas] sejam muito participados para que os professores digam que estão satisfeitos com este entendimento, mas ainda estão profundamente insatisfeitos com a política educativa no geral"

Vê aqui a notícia toda

Três comentários:
1) Não se deve desprezar as muitas escolas e professores que votaram contra o entendimento ou que votaram a favor mas com imensas reservas.
2) Ainda bem que se mantêm os protestos regionais

3) Para manter a unidade dos professores estes protestos têm que ser mesmo protestos e não encontros de "satisfação". E não podem ser timidamente convocados. E devem ser alargados a todos os cidadãos que querem defender a Escola Pública. Vamos a eles!




2 comentários:

Anónimo disse...

Eu não concordo com esta estratégia de luta!
Porquê?
Porque é muito melhor e tem efeitos duradoiros fazermos reuniões dentro das escolas!!!
Digo e direi sempre o mesmo!
Em vez da rua, as pessoas devem apropriar-se do espaço das suas escolas, com a noção de que é aí, precisamente, que devem ser discutidas todas as questões, não em reuniões espartilhadas pelos vínculos intitucionais, mas livres, com democracia de base, com participação democrática!
Porque é que não fazemos isto?
Isto é que seria um real perigo para o poder... só isso é que eles temem verdadeiramente.
O poder dos trabalhadores organizados no seu local de trabalho.
Manuel Baptista

Maio disse...

Luta dos professores: balanço e perspectivas

Definitivamente, se foram 90 por cento de 50 mil os professores que ontem avalizaram a assinatura do acordo com o ministério, não se pode falar de uma maioria esmagadora, quer no universo de 145 mil docentes existentes em todo o país, quer tendo como referência os 100 mil que participaram na inesquecível Marcha da Indignação. Será uma maioria — porque em democracia só os votos expressos contam — mas apenas relativa, que não pode levar os dirigentes sindicais a ignorar o profundo descontentamento e a enorme desilusão de largos milhares de professores pelo magro resultado alcançado.
Nunca será demais repetir que o acordo (ou entendimento, se preferirem) apenas soluciona, no imediato e pontualmente, o problema dos docentes contratados ou em vias de progressão. Quanto ao resto, que é o principal, nada resolve. O Estatuto da Carreira Docente, fonte de todas as injustiças, continua intocável, e o modelo de avaliação do ministério, burocrático, subjectivo, iníquo e, por que não dizê-lo, antipedagógico, regressará já em 2008/2009. Isto para não acrescentar ainda o novo modelo de gestão e autonomia escolar, mais uma ofensa à dignidade dos professores e à sua importância na vida da escola.
Tenhamos, por isso, consciência que, apesar da grandiosa luta de massas que os docentes têm travado, mesmo que, por enquanto, não tenham sido derrotados, se alguém ganhou esta primeira batalha foi o governo: primeiro, porque resistiu à demissão, a certa altura inevitável, da incompetente Ministra da Educação; segundo, porque Maria de Lurdes Rodrigues pode repetir, até à exaustão, que a avaliação dos professores não foi suspensa. E, quando as eleições começam a emergir no horizonte, trata-se de uma preciosa vitória política de José Sócrates.
Não haja, portanto, quaisquer ilusões quanto ao entendimento — o essencial, ou seja, quase tudo, está por conseguir! Que ele não sirva para anestesiar e manietar os docentes! A luta recomeça em Setembro, mais intensa que nunca…
Até lá, é tempo de contar as espingardas e afinar a táctica. E continuar a protestar, às segundas à noite, para não se apagar a chama, como canta José Afonso.


em Cantigas do Maio
Abraço solidário
Maio