Só quem não leu o saquinho de rebuçados que o ME tinha, ontem, para oferecer à plataforma de sindicatos é que podia pensar que desta reunião madrugada adentro não sairia um grande "acerto de opiniões". Algum dos rebuçados responde às reivindicações de fundo que distorceram a profissão e a escola pública, a essência da avaliação, a fractura da carreira entre titulares e professores, a guilhotina na progressão, o director? Não.
Então, podem todos clamar vitória? Cada um canta a sua, e é legítimo que, nesta dura batalha contra a prepotência e a ausência de senso, papo-secos tenham o sabor de searas ao vento.
A ministra mente quando diz que não há suspensão nem adiamento. Esta é uma das vitórias do 8 de Março: há adiamento. Mas há mais: manter a tranquilidade do final do ano, permitir que professores cumpram a sua obrigação, e consagrar a uniformidade de critérios mínimos são pedras no sapato desta espécie de feudalismo selvagem, que se instalou, e em que cada escola, consoante os poderes, fazia o que queria e lhe dava na real gana. Ganharam sindicatos (e professores, claro) por se sentarem na futura comissão paritária e pela introdução de uma fatia de bom senso no horário de trabalho.
Ganhámos, pois, dois meses e meio e temos uma equipa autocrática e completamente desacreditada a recuar, fingindo que não recua.
Cecília Honório
(Leia o texto integral em http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=6404&Itemid=130 )
domingo, 13 de abril de 2008
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