domingo, 7 de dezembro de 2008

E agora... que vamos fazer?

As Greves Regionais foram canceladas… p`ra que?!!

Fontes próximas dos Sindicatos confirmaram que, das onze organizações sindicais que fazem parte da Plataforma, seis já se tinham pronunciado pelo cancelamento das greves regionais agendadas, baseando-se nas informações recolhidas junto de diversos professores, que levavam a crer que a adesão ia ser bastante baixa. Isto no dia 5.
Convenhamos que depois das manifestações dos 100 mil e 120 mil e uma greve que esvaziou quase por completo as escolas, uma adesão às greves regionais de 5%? 10%? da classe era acabar por baixo. Tal facto seria certamente aproveitado pelo ME. Um indicador de fraqueza da parte dos professores.
Talvez estas greves não devessem sequer ter sido convocadas. Os Sindicatos aperceberam-se disso pelo que os acontecimentos que deram origem à sua suspensão foram apenas um pretexto para poderem salvar a pele. A desculpa de que precisavam. De qualquer forma, com esta primeira greve, os professores provaram do que eram capazes.
O evidente desconforto e crescente isolamento quer político, quer social, do ME, ditou uma “retirada estratégica” temporária também desta parte.
Os Dirigentes da Plataforma anunciaram que a reunião negocial do dia 15 de Dezembro, de agenda aberta e de mesa negocial única, estavam de acordo com uma nova postura do ME, perante os resultados ímpares da Greve do passado dia 3. O ME aproveitou-se disso para provar a sua abertura ao diálogo e a sua disposição para substituir o seu modelo por outro.
Contudo o SE Jorge Pedreira não tardou a voltar à carga, quebrando o pacto de paz temporária, ao afirmar que a suspensão está fora de questão. As alterações, a verificarem-se, só teriam lugar no próximo ano lectivo. Muitos Professores voltaram a receber um e-mail da DGRHE a sublinhar esta posição.
Estas declarações públicas além de colocarem em causa o Secretário-geral da FENPROF e porta-voz da Plataforma - que ainda na véspera da Greve Nacional de dia 3 tinha afirmado categoricamente que não negociaria com o ME enquanto não fosse suspenso este modelo de avaliação, lançaram a suspeição e algum desânimo na classe docente.
Estamos nitidamente perante dois adversários que, por fragilidades mútuas, acordaram uma trégua táctica de 8 dias, e não de nenhuma "traição", como apregoam alguns. Não esquecer que se mantém intacta a restante agenda de acções reivindicativas (com destaque para a Greve Nacional de 19 de Janeiro). A classe docente deve manter-se vigilante, mobilizada e unida, nestes dias que decorrerão antes da reunião negocial de 15 de Dezembro. Assume uma importância vital a participação massiva dos Professores nas reuniões sindicais nas escolas, anunciadas para dia 11, pelo porta-voz da Plataforma, Mário Nogueira.

Neste quadro complexo da luta dos professores, o encontro Nacional de Escolas em Luta que decorreu em Leiria, bem como outras movimentações organizativas espontâneas de professores e escolas em luta ganharam também redobrada importância.
Não queremos um novo memorando de entendimento mas temos de dar o nosso apoio aos Sindicatos para que estes tenham a força necessária quando estiverem de novo perante o ME.
E há que reinventar novas formas de luta.

8 comentários:

Unknown disse...

As conclusões do Encontro de Leiria vão ser como as da reunião dos movimentos com a Fenprof. Vão levar vários dias a escrever e no fim, cada movimento terá as suas.

Anónimo disse...

Ha uma série de situações que devem ser equacionadas por nós:

- queremos lutar, a sério mesmo? então porque não se constituem comissões de luta, abertas, em cada estabelecimento, dinamizadas pelos activistas ou simples sócios de cada um dos sindicatos presentes? ou seja plataformas sindicais ao nível local?

- queremos que a nossa luta seja difamada distrocida ou queremos uma compreensão do que está realmente em jogo? então para isso, não apenas queremos mudanças profundas no ECD que nos impuseram, como queremos e não abdicamos de que a escola pública seja um instrumento fundamental de democracia, de real alavanca para o desenvlvimento sustentado, de igualdade vde opoertunidades... ou seja, recusamos a política de redução de custos e de pseudo-reformas, que não visam melhorar as condições de desempenho das escolas e do seu pessoal, mas antes introduzir uma lógica empresarial totalmente alheia a qualquer projecto educativo sério (mesmo ausente nas boas escolas privadas, pois estas não têm como objectivo um «funcionamento empresarial»)

- queremos uma solidariedade actuante em relação à nossa luta, que afinal é a luta de todo o povo em defesa da escola pública?
Então devemos pôr os sindicatos a produzir uma série de declarações, conferências de imprensa, campanhas de opinião, etc. em defesa da escola pública, sublinhando a total e indefectível solidariedade com os trabalhadores da e3ducação. Sublinhando igualmente que os docentes foram escolhidos como uma espécie de «bode-expiatório» porque tinham antes uma carreira com digndade e com direitos, que o intuito é quebrar a espinha aos trabalhadores da administração pública todos e não apenas dos docentes; que o intuito é fazer guerra aos sindicatos todos e não apenas aos dos docentes.

Ou seja, se guerra há, é uma guerra social levada a cabo desde o poder e o governo contra (quase) toda a sociedade, pelo menos contra os 90% dos portugueses que não têm qualquer possibilidade de colocar os seus filhos em colégios privados (ao contrárioda casta política que coloca seus filhos em colégios e depois legisla para a destruição metódica da qualidade da escola pública, dizendo que á está defendendo)!!!

Anónimo disse...

Então devemos pôr os sindicatos* a produzir uma série de declarações, conferências de imprensa

*Falhou aqui um pormenor « os sindicatos, principalmente os que não sejam de docentes...»

Manuel Grilo disse...

Os boatos são a melhor forma de ajudar o ME e o Governo nesta altura.
"Fontes próximas dos sindicatos" e "seis das onze organizações" e "5 a 10%" são, na, melhor das hipóteses, estapafúrdias formas de boataria sem qualquer relação com a realidade.
Tomem juízo e tento no que escrevem. Não se coloquem no lado dos que tentam a divisão.
Manuel Fernando Rosa Grilo

Francisco disse...

Recebi o endereço deste blog através de uma mensagem que me foi reencaminhada. Gostaria de deixar a seguinte questão: revêm-se as pessoas cuja opinião este blog representa nas atitudes de instrumentalização e manipulação de alunos e na próxima prevista forma de os prejudicar, ainda mais, através do boicote às suas avaliações do 1º período?

António Miguel Miranda disse...

Divulgação

Onde estavam os adolescentes no 25 de Abril?

“Na Terra do Comandante Guélas”


Papiro Editora

Papelaria “Bulhosa” Oeiras Parque, Papelarias “Bulhosa”, FNAC ou www.livrosnet.com

Filmes de Apresentação no “Youtube” em “Comandante Guélas”

www.camaradachoco.blogspot.com

MassaMansa disse...

Os Professores são os sofistas do nosso tempo, porque a sofistica da avaliação que fazem aos alunos resolve sumariamente as questões dos critérios e da legitimidade dos avaliadores, ou seja, eles são única e exclusivamente a medida de todas as coisas e não admitem opiniões contrárias. E evitam acima de tudo que se coloque a pergunta: quem avalia os avaliadores?


E se os alunos reagissem com manifestações diárias à avaliação a que são sujeitos nas escolas, como é que reagiriam os professores

miguel reis disse...

Caro Francisco

O Movimento Escola Pública, não tendo uma posição oficial sobre o assunto, é tendencialmente contra uma greve às avaliações. Aliás, essa propsota surgiu no Encontro de Escolas em Luta e foi esmagadoramente derrotada, também com o nosso voto contra. Seria um erro grave aprová-la proque nos isolaria perante a opinião pública.

Quanto à manipulação de alunos, é com alguma perplexidade que ouvimos essas afirmações. Nunca o Movimento Escola Pública fez ou fará tal coisa. Aliás é a segunda vez que ouvimos esse baoto e isso só nos leva a acreditar que alguém intencionalmente quira apssar essa informação apra nos prejudicar.
Se for possível reenvie esse e-mail apra o nosso endereço a fim de averiguarmos o que se passa (movimentoescolapublica@gmail.com)

Miguel Reis
da Comissão promotora do MEP