sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Palataforma sindical suspende greves regionais

A Plataforma Sindical dos Professores suspendeu hoje as greves regionais agendadas para a próxima semana, considerando que, pela primeira vez, o Ministério da Educação (ME) aceitou negociar uma eventual suspensão do modelo de avaliação de desempenho.

No final de um breve encontro com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, o porta-voz da Plataforma, Mário Nogueira, anunciou que será realizada no próximo dia 15 uma reunião "onde tudo estará em cima da mesa", nomeadamente a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD).

"Perante a disponibilidade do ME, que, pela primeira vez, aceitou uma negociação onde não estão apenas as questões da avaliação mas outros aspectos do ECD, em nome da Plataforma suspendemos as greves regionais da próxima semana", afirmou o sindicalista.

(notícia da Agência Lusa)

Comentário provisório, pela escassa informação ainda existente:

1) A confirmar-se o que diz Nogueira, é de facto importante que o Ministério da Educação, pela primeira vez, se mostre disponível para negociar o Estatuto da Carreira Docente, que é o centro desta luta e a raíz de muitas das injustiças.

2) De acordo com as notícias até agora veiculadas, em nenhum momento o governo se mostrou disponível para suspender o seu modelo de avaliação este ano, mas sim apenas no próximo.

3) Como se pode ver pelo inquérito que temos na coluna direita deste blogue, apenas 3% dos professores que votaram apoiam esta opção: aplicar este ano para substituir no seguinte, mesmo que no quadro da revisão do ECD. Não tendo a força de uma sondagem (votaram menos de 400 pessoas), é contudo um indicador a não desprezar.

4) Não se desconvocam greves porque entretanto surge a marcação de reuniões negociais. As greves dão força negocial às posições dos professores nessas mesmas reuniões.


5) Se a greve nacional tivesse corrido mal, talvez se percebesse a desconvocação das greves regionais. Mas 94% de adesão? Ou mesmo os estrondosos 61% do Valter Lemos? Mesmo calculando que as greves regionais seriam inferiores (dois dias de salário é diferente de um), bastava que fossem “significativas”. E com a força que os professores têm mostrado, havia todas as razões para confiar.

3 comentários:

MFerrer disse...

ÚLTIMA HORA:
COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
21:00h, 5 de Dezembro de 2008

1 – Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.
2 – Os sindicatos, neste processo, não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o ME dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.
3 – O ME, mantendo a abertura de sempre, respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta.
4 – Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.

Mário Nogueira, dadas as suas declarações nos telejornais d ehoje à noite, é um mentiroso compulsivo e não pode ser um parceiro fiável para nada!
MFerrer

Unknown disse...

Para um movimento que teve o seu manifesto de lançamento colocado no site do SPGL e que conta entre os seus dirigentes e associados vários dirigentes e sócios do SPGL, este post revela uma duplicidade de comportamento que é inaceitável no plano dos princípios do movimento sindical docente. Registe-se.

miguel reis disse...

Caro Marcus:

Este movimento tem sócios do spgl como tem professores não sindicalizados, como tem também outros cidadãos que não professores. Pode consultar no blogue o seu manifesto fundador e também o resultado do seu I Encontro deste ano, realizado em Setembro. É dessa diversidade que se fazem muitas lutas. Se o SPGL quer desmentir as palavras de Jorge Pedreira, deve fazê-lo e torná-lo público. Para todos os efeitos a posição do governo é aquela que transmitiu publicamente: não suspende o modleo de avaliação este ano

Miguel Reis

membro da comissão promotora do MEP