terça-feira, 2 de dezembro de 2008

No dia 3 vou fazer greve, porque quero que a Escola Pública continue a formar cidadãos de corpo inteiro


Faço greve porque:

não aceito que se hierarquize a função docente, desvalorizando a pedagogia em favor da gestão;

não aceito que se confunda avaliação de desempenho com classificação de serviço;

não aceito que se confunda mérito com quotas;

Não vou fazer esta greve para:

não ser avaliado;

subir na carreira (sou titular e estou no 10º escalão);

ficar em casa a descansar;

Esta greve é apenas uma batalha, numa longa luta contra a imposição de uma política que visa desresponsabilizar o Estado pela Educação de Qualidade para Todos os Cidadãos.

Esta greve faz parte de um combate que não vai terminar no dia 3.
A luta que travamos é contra a empresarialização da Escola Pública; é contra a centralização das políticas educativas; é contra a asfixia que o governo e a 5 de Outubro impõem às escolas, através do controle apertado das DRE’s; é contra a partidarização, que se esconde nas intenções de municipalização da Escola Pública.

É por tudo isto que esta não é uma greve que vise corrigir detalhes técnicos na avaliação de desempenho, ou na gestão da escola, ou ainda no desenvolvimento da carreira.

Os problemas que estão em cima da mesa não são de ordem técnica, mas sim política. Encontrado o consenso político sobre o futuro da Escola Pública, as questões técnicas serão de fácil resolução.

Porque ao contrário do que o governo nos quer fazer crer, NÃO HÁ EDUCAÇÃO SEM POLÍTICA.

Texto de Francisco Santos, em (Re)Flexões

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