O estabelecimento de quotas até é contraditório com a promoção do mérito, como muito bem apontou uma docente da universidade católica. O estabelecimento de quotas, para mais seguindo parâmetros não muito diferentes dos usados no indecente concurso para professor titular, irá não apenas ignorar o mérito, como ainda por cima, humilhá-lo.
As quotas só interessam ao governo, na perspectiva de que o ensino é um 'custo', que há que reduzir custos. Porém, essa visão estreita, economicista, não tem sustentação nenhuma, em nenhum dado empírico e antes pelo contrário, a educação deve ser encarada como o maior investimento que a colectividade poderá fazer, pois da qualificação geral de um povo depende toda a perspectiva de desenvolvimento.
Quando pessoas, que sabem isso perfeitamente ao ponto de terem usado habilmente com ele enquanto oposição, se põem a fazer o contrário do que sempre proclamaram, não é por imperícia, não é por miopia política, é porque deixaram completamente de lado as suas convicções, os seus ideais e renderam-se a gerir, em nome dos grandes interesses instalados, este depauperado país.
É preciso não esquecer que este país tem sido governado ao sabor de fidelidades políticas e económicas ao «grande centro» da Europa. Aí é que os dirigentes locais vão buscar a sua «legitimação».
O eleitorado português, fascinado pela miragem de uma europa da abundância, tem tendência a engolir toda a receita que venha da «europa»...
Portugal vive, com altos e baixos, um longo complexo histórico de domínio neo-colonial (mesmo tendo sido um fraco império colonial até há bem pouco tempo). Primeiro pelos britânicos, depois por outros, agora por Grã-Bretanha, Espanha, França, Alemanha...
Isto parece ter pouco a ver com o assunto em discussão; porém, é essencial para se perceber porque afinal é tão pouco importante (para eles os nossos «senhores») aquilo que se passa em Portugal e se este país vai somar ainda mais atraso, se vai perder qualificação com um recuo do sistema público de ensino, ou não: é que o nosso país, na divisão internacional de trabalho instaurada por esses senhores, destina-se a fornecer mão-de-obra barata, menos «difícil» de integrar nos centros ricos que os imigrantes vindos do Maghreb, assim como uma série de matérias-primas (Pirites, Ferro, Cobre, Volfrâmio, Urânio), um clima bom e boas condições para o turismo, uma enorme riqueza em pescas que tem sido depredada alegremente pelas frotas estrangeiras, alguma mão-de-obra residente poderá servir para «maquiladoras» ao estilo europeu (fábricas de montagem de componentes feitos noutras paragens).
Solidariedade,
Manuel Baptista
As quotas só interessam ao governo, na perspectiva de que o ensino é um 'custo', que há que reduzir custos. Porém, essa visão estreita, economicista, não tem sustentação nenhuma, em nenhum dado empírico e antes pelo contrário, a educação deve ser encarada como o maior investimento que a colectividade poderá fazer, pois da qualificação geral de um povo depende toda a perspectiva de desenvolvimento.
Quando pessoas, que sabem isso perfeitamente ao ponto de terem usado habilmente com ele enquanto oposição, se põem a fazer o contrário do que sempre proclamaram, não é por imperícia, não é por miopia política, é porque deixaram completamente de lado as suas convicções, os seus ideais e renderam-se a gerir, em nome dos grandes interesses instalados, este depauperado país.
É preciso não esquecer que este país tem sido governado ao sabor de fidelidades políticas e económicas ao «grande centro» da Europa. Aí é que os dirigentes locais vão buscar a sua «legitimação».
O eleitorado português, fascinado pela miragem de uma europa da abundância, tem tendência a engolir toda a receita que venha da «europa»...
Portugal vive, com altos e baixos, um longo complexo histórico de domínio neo-colonial (mesmo tendo sido um fraco império colonial até há bem pouco tempo). Primeiro pelos britânicos, depois por outros, agora por Grã-Bretanha, Espanha, França, Alemanha...
Isto parece ter pouco a ver com o assunto em discussão; porém, é essencial para se perceber porque afinal é tão pouco importante (para eles os nossos «senhores») aquilo que se passa em Portugal e se este país vai somar ainda mais atraso, se vai perder qualificação com um recuo do sistema público de ensino, ou não: é que o nosso país, na divisão internacional de trabalho instaurada por esses senhores, destina-se a fornecer mão-de-obra barata, menos «difícil» de integrar nos centros ricos que os imigrantes vindos do Maghreb, assim como uma série de matérias-primas (Pirites, Ferro, Cobre, Volfrâmio, Urânio), um clima bom e boas condições para o turismo, uma enorme riqueza em pescas que tem sido depredada alegremente pelas frotas estrangeiras, alguma mão-de-obra residente poderá servir para «maquiladoras» ao estilo europeu (fábricas de montagem de componentes feitos noutras paragens).
Solidariedade,
Manuel Baptista
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