A avaliação foi a gota de água que transbordou o copo da indignação dos professores e emperrou o desenvolvimento do plano fundamental dos “Chicago Boys chilenos” de Sócrates – cortar as verbas para a educação, sejam quais forem as consequências para a escola pública.
A preferência assumida pelo modelo chileno, no Ministério da Educação, é reveladora dos seus objectivos. O Chile foi o local perfeito para aplicação do modelo neoliberal. Após a instauração da feroz ditadura de Pinochet, o ensino público foi privatizado, com os dinheiros públicos a financiar negócios privados na educação. Hoje o sistema continua, no essencial, a manter-se.
Em Portugal o princípio geral é o mesmo. Cortar verbas nos serviços públicos fundamentais, para dar milhões aos privados. Na educação o plano tem sido metodicamente realizado. Desaparecem horários para apoio a alunos com dificuldades. Reduz-se o número de professores do ensino especial. Fomenta-se o aumento do número de alunos por turma. Aumenta-se o horário dos professores mais velhos, para fazer desemprego entre os mais novos…
Porém, o objectivo fundamental é o da redução de salários e pensões de reforma. Ter êxito nesse sector, constitui um elemento fundamental no currículo de políticos cujo objectivo fundamental é ganhar um lugar num Conselho de Administração depois de deixarem o Governo.
Como não é possível manter eternamente o congelamento das subidas de escalão, há que encontrar uma solução que justifique uma grande limitação dessas subidas. E aí… Eureka!!! Surge o sistema de avaliação de professores… E o sistema é útil para conseguir outro objectivo. É que com tanta desconsideração era de prever alguma contestação. Para abafar essa contestação nada mais eficaz do que espalhar o medo… o medo de uma avaliação negativa… o medo do Director (por isso se altera a gestão escolar)…tudo conjugado com o princípio de “dividir para reinar”, conseguido com a divisão entre professores titulares e não titulares.
O plano era perfeito. Só não contava com a explosão de indignação que tanta baixeza e vilania provocaram numa classe habitualmente dividida. As maiores manifestações de sempre de uma classe profissional, a coragem das declarações de suspensão da avaliação e da entrega dos objectivos mínimos em cada escola, marcam um grau de contestação raro em Portugal.
Lutas como a dos professores ou contra o fecho de serviços médicos e hospitalares públicos, são exemplos de uma ruptura com as receitas de um capitalismo selvagem, que aposta na destruição dos serviços públicos, para abrir caminho aos negócios privados feitos à custa dos impostos dos cidadãos, gerador de uma sociedade com grandes desigualdades sociais, na qual só tem acesso à educação e saúde de qualidade quem tem dinheiro. A avaliação é só a gota de água…
Álvaro Arranja
A preferência assumida pelo modelo chileno, no Ministério da Educação, é reveladora dos seus objectivos. O Chile foi o local perfeito para aplicação do modelo neoliberal. Após a instauração da feroz ditadura de Pinochet, o ensino público foi privatizado, com os dinheiros públicos a financiar negócios privados na educação. Hoje o sistema continua, no essencial, a manter-se.
Em Portugal o princípio geral é o mesmo. Cortar verbas nos serviços públicos fundamentais, para dar milhões aos privados. Na educação o plano tem sido metodicamente realizado. Desaparecem horários para apoio a alunos com dificuldades. Reduz-se o número de professores do ensino especial. Fomenta-se o aumento do número de alunos por turma. Aumenta-se o horário dos professores mais velhos, para fazer desemprego entre os mais novos…
Porém, o objectivo fundamental é o da redução de salários e pensões de reforma. Ter êxito nesse sector, constitui um elemento fundamental no currículo de políticos cujo objectivo fundamental é ganhar um lugar num Conselho de Administração depois de deixarem o Governo.
Como não é possível manter eternamente o congelamento das subidas de escalão, há que encontrar uma solução que justifique uma grande limitação dessas subidas. E aí… Eureka!!! Surge o sistema de avaliação de professores… E o sistema é útil para conseguir outro objectivo. É que com tanta desconsideração era de prever alguma contestação. Para abafar essa contestação nada mais eficaz do que espalhar o medo… o medo de uma avaliação negativa… o medo do Director (por isso se altera a gestão escolar)…tudo conjugado com o princípio de “dividir para reinar”, conseguido com a divisão entre professores titulares e não titulares.
O plano era perfeito. Só não contava com a explosão de indignação que tanta baixeza e vilania provocaram numa classe habitualmente dividida. As maiores manifestações de sempre de uma classe profissional, a coragem das declarações de suspensão da avaliação e da entrega dos objectivos mínimos em cada escola, marcam um grau de contestação raro em Portugal.
Lutas como a dos professores ou contra o fecho de serviços médicos e hospitalares públicos, são exemplos de uma ruptura com as receitas de um capitalismo selvagem, que aposta na destruição dos serviços públicos, para abrir caminho aos negócios privados feitos à custa dos impostos dos cidadãos, gerador de uma sociedade com grandes desigualdades sociais, na qual só tem acesso à educação e saúde de qualidade quem tem dinheiro. A avaliação é só a gota de água…
Álvaro Arranja
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