domingo, 2 de março de 2008

5000 professores em Braga exigem demissão da ministra

“Docentes dão corpo ao maior protesto de sempre em Braga” titula a edição de hoje, sábado, do diário de Braga, Correio do Minho. “Cerca de 5000 docentes concentraram-se ontem à noite na Avenida Central, mostrando o seu descontentamento contra a política educativa. Entre outras reivindicações pedem a demissão da ministra da Educação” noticia o diário local. (leia em baixo o texto de Custódio Braga, do Movimento Escola Pública)










A manifestação de professores, convocada por SMS, que circulava desde segunda-feira, e que proclamava: “"Professores do distrito de Braga lutam pela dignidade e respeito a que têm direito. Todos, sexta-feira, na Avenida Central, 21.30. Traz uma vela.", foi uma das maiores manifestações que já percorreu as ruas desta cidade. Quando as maiores manifestações sindicais distritais da União dos Sindicatos raramente têm contado com mais de um milhar de manifestantes, a dimensão desta manifestação é bem a medida da revolta e da vontade de mudança que grassam entre estes profissionais.

O inusitado trânsito automóvel nos acessos ao centro da cidade àquela hora já anunciava o sucesso da convocatória anónima do protesto. Em frente à Arcada, foram-se concentrando professoras e professores de todo o distrito, de todos os graus de ensino, incluindo professores da Universidade do Minho. Ali estavam também professores veteranos, tanto como jovens professores. Num ambiente de alegre combatividade, reencontravam-se colegas e prognosticava-se o “prazo de validade” da ministra.

A manifestação arrancou encabeçada por um grupo de professores da Escola Secundária Sá de Miranda, provavelmente autores da convocatória, com uma faixa que dizia: “Assim não se pode ser professor”. Os dirigentes da secção de Braga do SPN, que tinham entretanto declarado apoio à manifestação, integraram-se discreta e normalmente no desfile.

Pelas ruas do centro, os manifestantes dirigiram-se para a Praça do Município, onde se concentraram durante mais de uma hora, entoando cantigas e palavras de ordem. Da multidão, iluminada por milhares de velas, sobressaíam os lenços brancos agitados quando soava em uníssono: “Está na hora/da ministra ir embora!” ou “A Escola continua/A ministra para a rua”.
Marcou também a concentração a adesão maciça aos apelos à participação na manifestação do dia 8 de Março, em Lisboa. À meia-noite, ainda muitos grupos de professores permaneciam nas ruas do centro, convivendo, discutindo, concertando.

A manifestação do dia 8 contará com a maior participação de sempre de professores do distrito de Braga. Para as maiores manifestações em Lisboa, os sindicatos de professores têm mobilizado duas ou três camionetas. Desta vez, há escolas do distrito que, cada uma, já tem reservadas duas e mais camionetas. Estarão em Lisboa, a exigir a demissão da equipa ministerial, a mudança de políticas e a defesa da Escola Pública, milhares de professores de Braga.

Custódio Braga, professor da Escola Secundária de Vila Verde

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