Ninguém tem dúvidas que o governo aposta muito nestas férias da páscoa. Para que a contestação acalme, para que a força se dissipe. Querem um regresso normalizado às escolas, no final de Março. E, efectivamente, olhando para o calendário das iniciativas de protesto, elas só têm verdadeira expressão a partir do dia 14 de Abril. Nós achamos que é muito tarde. Não podemos esperar tanto, sob pena de sermos cada vez menos os que sobram com forças para defender a escola pública.
Por isso o Movimento Escola Pública lança um desafio. Apelamos a todos os professores que, com criatividade e imaginação, inventem diversas formas de luta, simbólicas ou mais ambiciosas. Para já, lançamos aqui duas convocatórias, abertas a toda a população, e nas quais nos vamos empenhar a fundo:
- a dinamização de uma vigília/manifestação pela Escola Pública com concentração no Largo Camões, em Lisboa, no dia 4 de Abril, Sexta-feira, às 21h.
- a organização de uma assembleia pela Escola Pública em Setúbal, na primeira semana de aulas, aberta a todos os professores e cidadãos. Data concreta a confirmar ainda antes da Páscoa.
- o apelo a todos os membros do movimento escola pública (que estendemos a todos os professores) para que façam todo o possível para parar o processo de avaliação nas suas escolas, com propostas de tomadas de posição nesse sentido nos órgãos competentes, sem medos.
Antes do final das férias divulgaremos aqui outras acções em preparação noutras localidades do país e ajudaremos na divulgação de outras iniciativas que nos façam chegar.
Resta-nos sublinhar que queremos abrir estas iniciativas a toda a população. Convidamos todas as pessoas interessadas em defender uma escola inclusiva, democrática e participada. Esta luta não é só dos professores mas sim de toda a sociedade.
Exigimos a suspensão da avaliação que enche as escolas de burocracia, a revogação do diploma de gestão que impõe um director à força, queremos uma carreira única de professor, o fim da prova de ingresso e a avaliação das instituições que formam professores, mas também turmas mais pequenas, equipas multidisciplinares para combater o insucesso escolar, o alargamento dos apoios ao nível do ensino especial, e políticas educativas capazes de responder ao desafio da diversidade cultural cada vez mais presente na escola
segunda-feira, 17 de março de 2008
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6 comentários:
Tenho seguido este blogue desde que ele nasceu. Assinei o manifesto. Mas agora começam a colocar-se-me dúvidas. Proliferam os movimentos cívicos, todos aparentemente visando o mesmo objectivo, a defesa da Escola Pública, mas actuando, ao que parece, separadamente. Esta pulverização não é profícua. Há alguma plataforma ou entendimento entre o MEP e outros movimentos? E como se relaciona o MEP com os sindicatos? Há acções concertadas?
Devo prestar a minha homenagem e reconhecimento por este Movimento. Estou convosco!
Mas porque não uma ou várias acções conjuntas?
Cara Soledade!
Estes movimentos, esta energia que se entorna para fora da escola, que se desencurrala do espaço fechado onde estava sitiada e impotente é uma coisa maravilhosa.
O Movimento Escola Publica - igualdade e democracia (MEP-id)não nasceu apenas dessa explosão. Há já tempos que andamos tentando desordenar a apatia. Fazendo debates, foruns, acções públicas, convidando investigadores, técnicos, autores, de cá e de outros países para reflectir a escola pública, a escola que é de todos nós, para se tentar construir pensamento, produzir uma nova ideia de escola.
O MEP quer-se um desafio entre tod@s e a tod@s para combater o perigoso e arrasador ataque (nacional e internacional)programado, organizado à escola pública, à educação, ao acesso ao saber. O MEP-id está tentando dialogar com tod@s, com movimentos, sindicatos, associações...com todas as redes, parceiros. O entendimento com tod@s os que estão verdadeiramente neste combate, como sabes, constrói-se. Contamos contigo. Bem-vinda.
Um abraço
FQ
As duas acções que o MEP aqui lança são abertas à participação de todos os movimentos e sindicatos. Queremos que todos mobilizem para elas assim como o MEP ajudou a mobilizar para dezenas de acções lançadas por outros movimentos e continuará a fazê-lo. A última reunião de movimentos que aconteceu, no Ateneu, a seguir à manifestação, mostrou que talvez as coisas funcionem melhor assim.
www.PNETmulher.pt + www.PNEThomem.pt
boas crónicas sobre educação
Acho muito importante evitar a pulverização. Anda a correr uma proposta de regresso a Lisboa no 25 de Abril - que pode ser logisticamente complicada.
Propunha antes várias concentrações nas capitais de distrito/cidades importantes mais proximas. Todos os profs, à mesma hora, vestidos de preto com a bandeira branca, diante da Câmara Municipal ou edifício onde se fizessem as celebrações?
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