Ana Benavente, ex-secretária de estado da educação do governo de António Guterres, que defendeu em Fevereiro passado a demissão da ministra da educação, dá uma entrevista ao “Semanário Económico” de 14 de Março, onde comenta o confronto entre os professore e o governo.
Apresentamos aqui o essencial das suas respostas.
Gota de água:
“A avaliação foi a gota de água que levou os professores a dizer que não podiam continuar com esta política”.
Batata quente:
“Com a anunciada flexibilidade da avaliação o ministério passou a batata quente para as escolas de modo a que elas se organizem para cumprir as ordens da 5 de Outubro”.
A força do poder:
“Deve haver uma avaliação integrada na escola. Há uma avaliação agora nas escolas, que pode ter falhas, mas que não é uma avaliação quantitativa, quase policial, como a que está prevista neste diploma. Se esta avaliação vingar, vingará pela força do poder, não da razão. Nesse sentido não vai ser um episódio feliz na vida das nossas escolas, que já estão cansadas de medidas que não têm continuidade”.
Repartição da 5 de Outubro:
“O ministério ainda não definiu a escola que quer. Se é uma escola-repartição da 5 de Outubro, em que tudo é definido centralmente, ou uma escola em que se avança para a autonomia. E o que entende o ministério por autonomia? Estas medidas não fazem sentido senão numa leitura que vê a escola cada vez mais burocratizada e os professores com reuniões sem fim a tentarem decifrar o que vem do ministério da educação. Uma discussão sobre a escola actual é essencial. Primeiro devemos decidir o que queremos fazer e depois seguir os objectivos”.
A não perder também a extensa entrevista de Mário Nogueira ao Correio da Manhã. Permite perceber muitos argumentos que os holofotes às vezes ofuscam.
domingo, 16 de março de 2008
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3 comentários:
Parabéns! Espreitem o Arrastão :-)
Obrigado Moriae! Para mim, o blogue da sinistra ministra e a eduação no meu umbigo, cada um à sua maneira, são os melhores blogues sobre educação. Este ainda está no princípio mas para lá queremos caminhar!
Miguel Reis
Fiquei sem palavras! LOL
E caminharemos todos, Miguel. Teremos que continuar persistentemente ... Mais cansados mas cientes daquilo que queremos: ser professores e ter uma carreira justa, sem atropelos e 'fichinhas' advindas de quem não percebe nada, ... :)
Obrigada!
abraço,
M.
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