CALORES
8.Março.2008
Não penso, logo insisto
Cartaz anónimo
Marcha da Indignação, ou dos 100.000
VERNIZ
11. Março. 2008, reunião ME - Fenprof
O Secretário de Estado Jorge Pedreira admitia o adiamento da avaliação de professores em algumas escolas, enquanto Mário Nogueira não escondia a satisfação por ter visto «uma luz ao fundo do túnel». Ficou marcada nova reunião para 6ª feira, onde segundo Mário Nogueira e Jorge Pedreira, serão apresentadas «soluções mais concretas». Isto, sempre, como sublinha Pedreira, «sem pôr em causa o essencial do modelo de avaliação de desempenho dos docentes."
(Resumo de notícias nos jornais)
CALDO
12. Março.2008, rescaldo da reunião de 3ª, exercícios de aquecimento para a reunião de 6ª
A Ministra da Educação nega existir qualquer recuo do governo na avaliação de desempenho dos professores. Amite, no entanto, que para este ano lectivo (até Agosto!) o processo só é obrigatório no caso dos professores contratados ou em subida de escalão (7.000, num universo de cerca de 145.000).
Informação útil:
- Contratados. Até agora, os professores contratados (máximo 1 ano lectivo/contrato) entregavam um relatório final de auto-avaliação do desempenho, na escola. A possibilidade de nova contratação dependia desta entrega, que, no entanto, por si só, não garantia novo contrato. Nos últimos anos, tem vindo a diminuir o número de professores nesta situação, pois há cada vez menos lugares a preencher.
- Em subida de escalão. Todos os professores se encontram "congelados" há anos. Medidas recentes (2008) permitirão/permitiram a alguns, poucos, professores, ver esta situação alterada, mediante avaliação do desempenho (anteriormente, esta realizava-se igualmente mediante apresentação de relatório por cada docente, segundo regras definidas a nível nacional).
A Fenprof exige a suspensão inequívoca e sem excepções da avaliação, e que ela seja aplicada a título experimental em 2008/2009. Não havendo recuo efectivo do governo até sexta-feira, avisa que retomará protestos.
(idem)
TRANSBORDAMENTO previsível
Nas escolas, ultima-se o 2º período lectivo, prepara-se o registo da avaliação peródica dos alunos, acompanham-se as vozes na imprensa, na blogosfera. Lecciona-se, avalia-se, reúne-se, produzem-se conteúdos. Pensa-se. Existe-se!
Por todo o lado, a gente move-se e espanta-se com este diz-que-não-diz, altero-mas-só-um-bocadinho, vai-se a ver são rosas, senhor, são rosas...
Entre recuos e amuos, as notícias preocupam e confundem.
A quem pedir esclarecimentos? E contas? Como será o episódio de 5ª feira? E o de sábado?
Andam a brincar connosco.
O Governo parece esquecer, ou querer fazer esquecer, que o essencial não é sequer, já, esta ou aquela medida, avaliação de desempenho, gestão, estatuto... mas o sentimento de indignidade que levou muitíssimos educadores à rua, e que este jogo de espelhos não acalma. Para tal, é preciso que cuidem menos de assinalar posições e mais de avançar soluções. Claras.Se ainda forem capazes.
Maria José Vitorino
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