quarta-feira, 19 de março de 2008

E esta avaliação...Para quê?

Sou Professor há 20 anos, com 100% de assiduidade, Licenciado em Filosofia, Mestrado em Ciências da Educação, área de Formação de Professores, com 10 anos a trabalhar em Formação Inicial (Orientação de Estágios com a Universidade Católica e com a Faculdade de Letras) e na Formação Contínua de Professores, investigador da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, com Artigos publicados e com participação em projectos internacionais (U.E.).
Como não participei em Órgãos de Gestão não tive acesso à Carreira de Titular (ainda bem). Mas ainda mal, porque agora vou ser avaliado por um colega com menos habilitações que eu, com qualificações reconhecidas, mas da área científica de História, ou seja, sem conhecimentos da Didáctica de Filosofia e de Psicologia e sem experiência de avaliação, porque nunca supervisionou professores na sua prática lectiva.

Na minha escola há um caso mais gritante: uma colega especialista em Avaliação (Mestrado em Ciências da Educação), Orientadora de Estágios e que vai ser avaliada por pessoas como menos habilitações e que desconhecem o processo de avaliação de professores.

Só uma pergunta: como vai ser a minha avaliação?
Outra pergunta: se esta Avaliação pretende o apurar o mérito dos Professores, como pode começar, logo no início do processo, por penalizar alguns “méritos”, a saber, aqueles que dizem respeito à qualificação académica e profissional?

Resta-me ter fé e esperar o melhor!

Testemunho de um professor, colocado como comentário a um dos nossos posts por
estórias de alhos vedros

Foto de Joaquim Farias em
Ferrao.org

1 comentário:

Anabela Almeida disse...

O colega acreditou em algum momento, que a avaliação saída deste governo, pudesse pretender ter melhores professores e consequentemente, uma melhor escola? Veja qual foi a 1ª medida da ministra: suspender toda a formação. Desde 2005, formação é computadores e plano nacional de leitura, mais nada, ou melhor, há, nós procuramo-la e pagamos, porque somos professores e não nos encarneiramos naquilo que querem que nos sejamos, mas seremos aquilo que nós quisermos.
Como poderia então, esta avaliação ter algum propósito construtor?
Veja também o que fizeram com a formação inicial dos professores:
Tiram-nos a formação, empobrecem-nos e depois somos avaliados pelos pequenos deuses caseiros.
A questão é: Avaliação, só externa, nenhum professor é bom individualmente. E exigirmos formação, a que a Escola e o seu projecto precisar.
Anabela Almeida - Ericeira