A resposta do Governo à manifestação de sábado, como dos opinantes de serviço, de Vitorino a Coelho, é uma conversa ardilosa. No fundo repetem no essencial o que a ministra sempre disse, como se de um grande contributo para o desbloqueamento da situação se tratasse.
É preciso clareza. Em matéria de avaliação o que se pretende é mesmo a suspensão de todo o processo neste ano lectivo.
Mas, se a avaliação pode estar, e está, no centro desta contestação, não a esgota. A prova de ingresso, os titulares, a gestão, as quotas… fizeram saltar para a rua cem mil professores de gerações diferentes, colocados de modo distinto perante o desempenho profissional e a carreira. É uma realidade incontornável!
A resposta à ofensiva do governo está nas escolas e nas ruas, com acções criativas, protestos, manifestações de indignação cívica, questionando o ministério, apresentando propostas, girando em torno de uma plataforma abrangente, mobilizadora que una escolas, movimentos e sindicatos, que não deixe de fora ninguém, mas que se apoie sobretudo na enorme indignação que a jornada de sábado demonstrou.
O movimento dos professores é plural, polifacetado, alimentado por uma forte componente de iniciativas dispersas. É isso que lhe tem dado vitalidade, persistência, originalidade. E nesse caminho há-de continuar, incluindo acções colectivas, de âmbito nacional, indispensáveis evidentemente.
É seguramente tempo de inventar essas formas de resistência e de acção. Pela nossa parte, estamos nessa!
quinta-feira, 13 de março de 2008
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1 comentário:
A ministra, em vez de procurar interlocutores, inventa-os. Mas nessa esparrela só cai quem quer. O que temos que fazer, agora que já dissemos, com estrondoso êxito, o que não queremos, é começar a dizer o que queremos. Os professores são suficientemente qualificados para formular uma política educativa. Devem fazê-lo e propô-la à sociedade civil como alternativa à do governo.
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